Vicepresidente Temer afirma que el PMDB quiere gobernar el país en 2018

Temer: PMDB precisa ter a Presidência da República em 2018

O vice-presidente Michel Temer voltou a dizer ontem (15) que seu partido, o PMDB, “precisa ter” a Presidência da República em 2018, quando haverá eleição para escolher o sucessor da presidenta Dilma Rousseff.

“Nós temos novos prefeitos, vereadores, deputados estaduais, federais, senadores, a presidência da Câmara [dos Deputados], a presidência do Senado, modestamente a Vice-Presidência da República. Nós temos poder político. O que nós precisamos é ter a Presidência da República em 2018″, afirmou o vice-presidente em discurso a peemedebistas em Belo Horizonte.

Após o discurso, Temer acrescentou, em entrevista coletiva, que “o tempo agora é do PMDB”, mas adiantou que não será o candidato do partido à Presidência da República em 2018.

A ida a Temer a Belo Horizonte é mais uma etapa de uma série de viagens que tem feito pelo país em busca de apoio para sua reeleição para o comando do PMDB. A escolha ocorrerá na Convenção Nacional da legenda, marcada para março.

No fim de janeiro, em Curitiba, na primeira etapa da chamada Caravana da Unidade, Temer já havia dito que o PMDB quer assumir “o poder em 2018, com candidatura própria à Presidência da República”.

Agencia Brasil

Temer reclama de Dilma e repete que PMDB precisa ter candidato em 2018

Depois de algumas semanas de amenidades na aliança PMDB e PT, as diferenças voltam a sobressair. Ontem (15), o vice-presidente Michel Temer fez chegar a pessoas próximas que não gostou de ter sido convocado de última hora pela presidenta Dilma Rousseff para integrar o mutirão de combate ao zika vírus, no último sábado (13). Depois,  comunicou ao Planalto que não poderia participar da reunião desta tarde porque estaria em viagem. Por fim, afirmou em Minas Gerais que o PMDB “precisa ter candidato próprio em 2018” e que “as ideias da legenda não são acolhidas pelo governo”.

Entre os parlamentares que integram a base aliada e comentaram as declarações do vice, não há nenhuma novidade nas palavras de Temer, inclusive se vitimizar e falar em mágoas. Embora tais posturas sejam consideradas inadequadas por qualquer político, fazem parte do temperamento de Dilma e são comuns no contato dela com os ministros e demais assessores, sem que representem algum tipo de desprestígio.

“Levando em conta que eles acertaram que teriam uma relação institucional e que as propostas do programa do PMDB serão analisadas pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, há motivos para mágoas ou retorno de atritos. A presidenta tem uma forma diferente de trabalhar que muitos acham difícil, dura até. Mas todos os que estão próximos a ela entendem e já se adaptaram. E o vice-presidente já deveria ter entendido isso, também”, comentou um ministro da coordenação política.

Trégua curta

Na verdade, Temer – que havia prometido, de fato, fazer viagens aos estados após o carnaval para trabalhar pela sua recondução à presidência nacional do PMDB – começou o ano fazendo articulações com o Senado para evitar a formação de uma segunda chapa na executiva da sigla.

E, nessa disputa, prometeu que não se envolveria na briga entre peemedebistas pela liderança do partido na Câmara, como forma de não aparentar nem que estava contra o governo nem que estava trabalhando pela ala oposicionista, coordenada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Pouca gente acreditou nesse distanciamento, mas todos avaliaram que o momento era de trégua – com chances de essa “trégua” durar um pouco mais de tempo.

Em reunião com peemedebistas, em Belo Horizonte, Temer afirmou que não se pode dizer que o partido não tenha poder político, porque o PMDB conseguiu, nas duas últimas eleições, um número expressivo de prefeitos, vereadores, deputados estaduais, federais e senadores. Citou ainda o fato de as presidências da Câmara e do Senado serem ocupadas por parlamentares da legenda e de ele estar no cargo de vice-presidente. “O que nós precisamos é ter a Presidência da República em 2018”, acrescentou.

Apesar desse discurso, ressaltou aos jornalistas que não pretende sair candidato e que o que quer dizer com suas declarações é que o partido precisa pôr em prática o que está planejando. Citou as propostas do PMDB, lançadas no ano passado no documento “Uma Ponte para o Futuro” e reclamou que ele “não teve qualquer item aproveitado pelo governo”.

A estratégia de viagem de Temer aos estados neste período foi muito comentada entre os peemedebistas e criticada por um grupo específico do partido, que chegou a pedir ao vice para cancelar tais encontros, uma vez que acordo firmado recentemente já definiu a formação de uma chapa única com o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) de forma a reconduzi-lo à presidência do partido. E, na interpretação deste grupo, não seria mais necessário programar encontros com diretórios estaduais.

Escoadouro de críticas

A preocupação maior dessa ala dos integrantes da legenda é que as reuniões com os diretórios acabem sendo vistas como um movimento de Temer de olho numa possível reviravolta do processo de impeachment da presidenta. O que provocaria não apenas aumento nos atritos já comuns da aliança PMDB-PT como também mais desgaste externo para o partido – que é parte do Executivo e conta com seis ministros.

Temer disse, nos últimos meses, que não tocaria no assunto impeachment e repetiu no final da manhã que o assunto faz parte da pauta do Congresso Nacional e não da vice-presidência. Mas bastou chegar no salão do Hotel Mercury, onde está sendo realizada a reunião, para os peemedebistas insatisfeitos com o Executivo aproveitarem para fazer críticas.

Além de enfrentar faixas e cartazes pró-impeachment na entrada do evento, o vice teve de ouvir declarações como a do ex-deputado Newton Cardoso, que chamou o governo de “podre”. “O governo Dilma está sem rumo”, reclamou Cardoso. Outro peemedebista  a falar, o vice-governador Antônio Andrade afirmou que a vitória do partido nas próximas eleições “colocaria um fim na crise econômica”.

Antes de Minas Gerais, Michel Temer já tinha visitado os estados de Pernambuco e Rio de Janeiro e, no último sábado, aproveitou sua ida ao Paraná durante a campanha de combate ao zika para conversar com o diretório estadual da sigla. Conforme sua assessoria, ele pretende intensificar estas viagens até o final do mês. A eleição da executiva nacional está marcada para o início de março.

Rede Brasil Atual

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