Lula continúa con su caravana por el sur de Brasil

Em noite apoteótica em Chapecó, Lula é conduzido por cordão popular

Nunca antes na história desse país um presidente da República cruzou uma praça nos braços do povo, para ser conduzido ao seu hotel em segurança. Assim, de forma apoteótica, terminou o tenso dia da Caravana Lula pelo Brasil do Brasil, em sua passagem por Chapecó, a 550 quilômetros de Florianópolis. Antes, na capital catarinense, o ex-presidente já havia sido recebido por milhares de pessoas em ato público em defesa da educação.

Desde a manhã de sábado (24), muitos rojões estouravam no quarteirão onde estava sendo montado o palco para o ato da caravana. Tratores foram estacionados sem cerimônia e a fita amarela que fechava a rua para informar do trânsito interrompido foi arrancada pelo grupo que vem tentando sabotar a Caravana pelas cidades desde o dia 19, em Bagé no Rio Grande do Sul, e agora em Santa Catarina. Dois fenômenos em comum marcam esses episódios: a “incapacidade” das polícias de coibir as ações de uma minoria e a naturalidade como a imprensa comercial, tanto a local quanto a nacional, mencionam as hordas fascistas, como se fossem “manifestantes”, dando a entender equivalerem, em número e grau, às multidões que acolhem a caravana.

Em Chapecó, a vida de trabalhadores que montavam as estruturas estaria em risco, não fossem cidadãos que se mantiveram firmes no local, desviando o trânsito e organizando o evento apesar dos xingamentos e ameaças. A professora Ziguue Timm é uma dessas pessoas. “Viemos de manhã para ajudar na montagem do caminhão de som, do palco. E aí veio o pessoal Movimento da Ditadura Cívica Militar e colocou dois tratores na praça. Fomos pedir para tirar porque a praça estava reservada para receber o ato com o Lula”, conta a professora. “Eles não atenderam e ameaçaram, dizendo que hoje ia rolar sangue, que aqui em Chapecó já se queimou uma igreja, se matou muita gente. Pessoas incitando o ódio, não sabem lidar com essa diferença.”

A polícia chegou muito tempo depois. Os tratores foram retirados, mas os agressores foram somente transferidos para o outro lado da rua e passaram toda a tarde soltando rojões em direção à praça, lançando garrafas, ovos. O policiamento, cujo Comando ficava exatamente no local do violento protesto, assistia à cena fazendo uma barreira entre a rua e a praça.

Diante desse quadro, parte da ameaça foi cumprida. O professor de Educação Física Abel Karezek foi atingido por uma pedra na cabeça quando se dirigia para o ato e perdeu muita sangue. O dirigente petista Paulo Frateschi, um dos organizadores da Caravana, perdeu parte da orelha também por uma pedrada.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve problemas para deixar o hotel porque uns poucos manifestantes barravam a saída, jogando bombas. O ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad, relatou terem tentado agredi-lo enquanto caminhava para a praça. E lembrou da garota que em Cruz Alta foi agredida por homens que a chutaram a ponto de ter de ser internada com hemorragia no rim.

“E eu vi aqui essa moçada que parece que quer ganhar a eleição no tapetão, com violência tentando intimidar pessoas que democraticamente vêm a uma praça discutir educação, saúde, habitação. Se eles querem voltar no Bolsonaro, que votem no Bolsonaro e arquem com as consequências de eleger o Bolsonaro, como a Alemanha arcou com as consequências de eleger o Hitler, a Itália por eleger o Mussolini”, ressaltou, num discurso forte. “Inaugurei aqui o campus do Instituto Federal e não posso vir visitar Chapecó? “Será que o presidente Lula não pode andar por esse país em paz?”, questionou, indignado.

Nos braços do povo

Lula chegou à praça lotada por jovens, idosos, homens, mulheres, crianças, famílias inteiras. Apesar da forte chuva, o povo ouviu o ex-presidente por mais de 40 minutos. Ria das muitas brincadeiras de Lula, que mesmo bem humorado não deixou de responder aos ataques sofridos. “Somos paz e amor, mas não pensem quem vamos dar a outra face.”

Lula ironizou os agressores que soltavam rojões durante o ato e tentaram fazer o mesmo na cabeceira da pista de pouso quando ele chegou à cidade, vindo do grande ato na cidade de Florianópolis. “Eu nunca tive direito de ter um rojão na minha campanha, agora estou percebendo que a oposição está soltando rojão em minha homenagem. Acho bom guardarem rojão para soltarem na minha vitória.”

O ex-presidente lembrou de todas campanhas das quais participou. “Vocês nunca viram o PT atrapalhar um comício de um partido adversário. A lei estabelece que um partido para fazer atividade qualquer, tem que requisitar o local e uma vez concedido é direito de fazer e se outro partido quiser fazer, que procure outra praça.”

Sobre os agressores, Lula classificou-os de herdeiros políticos do fascismo. “Não conseguem juntar gente para fazer comício e tentam impedir que as pessoas façam debate. E o que é mais grave, se tivessem passado fome uma vez na vida, estariam comendo em vez de tacar ovo, estariam fazendo omelete.”

Lula aproveitou a presença de jornalistas argentinos cobrindo a caravana e prestou sua solidariedade ao povo da Argentina que se manifestava em memória às vítimas da ditadura.

E retomou o debate sobre as agressões, em reconhecimento ao povo que sofreu na praça por horas. “Eu às vezes fico pensando qual o ódio que eles têm de nós. Um bando de moleques que nunca trabalharam. Certamente nunca passaram no Enem e estão incomodados porque filho de camponês passou. Essa gente me desculpe, mas se tivesse o mínimo de decência, estaria beijando o meu pé. Estariam limpando a calçada onde passei porque nunca teve um presidente investiu em Santa Catarina como nós investimos em 12 anos de mandato de PT.”

Sobre seu julgamento, Lula afirmou não estar acima da lei. “Mas também não estou abaixo de nada. Quero defender o meu direito. Eles sabem que se eu for candidato eu ganho as eleições no primeiro turno e eles sabem que vou recuperar esse país. Nós vamos fazer referendo revogatório ou constituinte para desfazer toda a desgraceira que a direita fascista fez depois de derrubar a Dilma. O povo vai viver melhor”.

A essa altura, diante da resistência do povo na praça, os fogos já tinham silenciado. Em gesto de gratidão e reconhecimento da importância dos governos de Lula e Dilma Rousseff para Chapecó e Santa Catarina, o povo cercou o ex-presidente e, entoando o tradicional “olê, olê, olê, olá, lula, lula”, o levou até a porta do hotel e a salvo de seus agressores.

A Caravana passa

Neste domingo 25, a Caravana segue para Nova Erechim onde, para relembrar o legado deixado à cidade de 4 mil habitantes, Lula visitará agricultores familiares. Nova Erechim “renasceu a partir de 2013”, diz o dirigente de cooperativa Erni Adelar de Camargo, referindo-se à redução dos juros a 2% ao ano para investimentos na produção local. “Isso permitiu que pequenos produtores, principalmente de leite, pudessem comprar maquinários e aumentar a produção”, relembra. De lá, a Caravana vai para São Miguel do Oeste, onde está previsto novo ato público, em praça pública às 18h30.

Rede Brasil Atual


PT repudia agressões a militantes em caravana do Lula pelo Sul

O PT repudiou agressões sofridas por militantes em caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Sul do País. Na quinta-feira (22), uma mulher precisou ser hospitalizada após ataque na cidade de Cruz Alta (RS).

Em nota publicada nesta sexta-feira (23), a bancada do PT na Câmara chamou de barbárie os atos e exigiu a apuração imediata e “punição exemplar dos agressores”.

O texto, assinado pelo líder do partido na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), afirma que os atos de violência “têm sido promovidos por membros de antigas oligarquias e elites com motivações fascistas”.

“Os episódios protagonizados por uma minoria pautada pela intolerância e uma agenda autoritária e fascista – e, no caso de Cruz Alta, misógina e machista — não podem passar impunemente.”

O texto diz ainda que a caravana tem promovido o diálogo e que as motivações dos atos violentos contra as mulheres militantes “têm o mesmo fundo ideológico” que levou à execução da vereadora Marielle Franco (PSol), no Rio de Janeiro.

A Executiva do PT no Rio Grande do Sul e da bancada do partido na Assembléia Legislativa do estado também repudiaram os atos e pediram a pessoas que registraram as agressões enviarem as imagens para que os responsáveis sejam identificados e punidos. “A caravana Lula vai passar. Machistas, fascistas, não passarão”, afirma, em nota.

As militantes do PT Ieda Alves, Daniele Mendes, Suzana Machado Ritter e Deise Miron foram vítimas de agressões e Deise precisou ser hospitalizada.

De acordo com o texto, arrancaram uma bandeira da Daniele e queimaram. Ieda foi derrubada no chão e ‘só não foi espancada porque a Brigada chegou e agiu”. Ambas fizeram Boletim de ocorrência. Suzana foi atacada quando estava indo para a manifestação e Deise quando voltava do ato para casa.

Iniciada na última segunda-feira (19), a caravana de Lula tem sido alvo de protestos desde o 1º dia. Em Bagé, na segunda produtores agrícolas inflaram um boneco de Lula como presidiário. Na quarta (21), em São Borja, houve confrontos entre ruralistas e integrantes de movimentos sociais.

Blog do Ivonaldo Filho


DILMA SOBRE ATAQUES: NÃO TEMOS MEDO, FASCISTAS SERÃO DENUNCIADOS

No encerramento da caravana de Lula e do PT no território gaúcho, na cidade de São Leopoldo, a presidente legítima Dilma Rousseff fez um duro ataque aos agressores que tentaram impedir os atos públicos e cometeram agressões físicas aos militantes do partido.

Dilma agradeceu os integrantes do MST que formaram um esquema de segurança para proteger a caravana. E chamou de covardes e indignos os fascistas que agrediram fisicamente quatro mulheres que se dirigiam a um dos comícios.

— Temos que denunciar esses fascistas, esse pessoal de extrema-direita, que não têm pudor de agredir os que pensam diferente deles. Estes seminazistas atacaram de forma covarde quatro mulheres da nossa caravana, quatro militantes, que estavam com uma bandeira do PT. Arrancaram a bandeiras das mãos delas, pisotearam a bandeira e, mais grave ainda, as atacaram fisicamente, com chutes e pontapés. Por causa dessa gente é que tivemos que aceitar o esquema de segurança feito pelos companheiros e pelas companheiras do MST, aos quais manifesto minha enorme gratidão.

LEIA A ÍNTEGRA DA MANIFESTAÇÃO DE DILMA ROUSSEFF:

Temos que denunciar esses fascistas, esse pessoal de extrema-direita, que não têm pudor de agredir os que pensam diferente deles. Por causa dessa gente é que tivemos que aceitar o esquema de segurança feito pelos companheiros e pelas companheiras do MST, aos quais manifesto minha enorme gratidão.

Somos gratos a vocês porque vocês compreendem que qualquer luta, quando fere interesses minoritários da elite covarde deste país, esta elite só tem uma arma, a violência. Ela não debate, não conversa, ela quer atemorizar e praticar a mais grave violência contra as pessoas.

Estes seminazistas atacaram de forma covarde quatro mulheres da nossa caravana, quatro militantes, que estavam com uma bandeira do PT. Arrancaram a bandeira das mãos delas, pisotearam a bandeira e, mais grave ainda, as atacaram fisicamente, com chutes e pontapés.

Acharam que poderiam nos amedrontar, mas não conseguiram. Faço questão de citar o nome de cada uma das companheiras agredidas. Eles atacaram Ieda Alves, Daniela Mendes, Suzana Machado e Daise Miron. Por que eles agem assim? Porque este golpe veio para fazer uma coisa, mas não está conseguindo fazer o que pretendia, ao me tirar do governo sem que eu tenha cometido crime de responsabilidade. Ele veio para garantir que o Brasil fosse enquadrado. O Brasil era um dos poucos países da América Latina que tinha grandes programas sociais, desde o governo de Lula e continuando no meu governo. Programas como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos… Acabaram e estão acabando com o acesso amplo à educação. Acabaram com o Ciência sem Fronteiras. Destruiram completamente o Pronatec, formação de ensino técnico de nível médio, para trabalhadores terem empregos de qualidade.

Eles vieram para vender a Petrobras, não se iludam. Essa história de retirar a Petrobras do controle dos blocos do pré-sal, alegando que não tem dinheiro, quando nós temos 380 bilhões de dólares de reservas, é uma farsa. O que eles querem é vender os blocos do pré-sal. Eles diziam durante o governo Lula que nós não seriamos capazes de extrair petróleo de áreas profundas, porque não tinhamos dinheiro nem tecnologia. Pois bem: hoje em dia, sabem de onde sai a maior quantidade de petróleo que o Brasil produz? Sai do pré-sal.

Eles não podiam permitir uma coisa dessas.

Não podiam permitir nós tivéssemos no Brasil um decreto que regulasse a venda de terras férteis. Este país tem o maior estoque de terras férteis. Terra fértil significa alimento. E eles querem vender terras para estrangeiros.

Eles queriam acabar com direitos. Mexeram na CLT. Estão transformando os trabalhadores deste país em trabalhadores precários, com salários reduzidos às vezes a um terço do que ganhavam. Mas depois que ele cometeram um assalto à democracia, a população começou a perceber. E passou a ser difícil fazer a reforma da previdência.

O maior problema deles agora é que eles não têm candidato. O PSDB golpista e o PMDB golpista não têm votos. E como não têm voto nem candidato, eles criaram um monstro, o monstro da extrema-direita. Um monstro que para estarrecimento nacional e internacional, ao votar o meu impeachment, defendeu a tortura e homenageou um torturador.

A situação ficou difícil para os golpistas. Eles não têm candidato e as pesquisas apontam que o povo brasileiro lembra qual foi o grande governo popular da nossa história. O povo não esquece do presidente Lula. E não ocnseguiram jogar o povo contra Lula nem mesmo o submetendo a mais vergonhosa política midiática de desconstrução de uma pessoa, que chegou a receber mais de 60 horas de Jornal Nacional dizendo que ele era criminoso. O golpe contra mim foi dado para destruir o PT e destruir suas lideranças. Daí os pixulecos, os patos amarelos e, como mostrou a escola de samba Paraíso do Tuiuti, os manifestoches. E enquanto faziam tudo isso, o presidente Lula crescia nas pesquisas e a rejeição a ele diminuía.

Aí eles pensaram o seguinte: então não vamos permitir que ele seja candidato. E montaram contra ele a maior, mais convarde e mais indigna campanha para destruí-lo, usando a lei e os processos legais. Fizeram isto achando que o Lula é uma pessoa fraca, que o Lula ia se atemorizar. Mas não. Ai é que nós fomos para o debate e para a discussão. Começamos dizendo que era golpe. E dizemos agora: é um golpe, é um golpe que pratica a injustiça. Nós não queremos nenhum privilégio, mas não aceitamos nenhuma perseguição. Nós sabemos que o apartamento não é do Lula. Nós sabemos que ele não tem nem a propriedade nem a posse. Tanto que a empresa que detém o imóvel o ofereceu como garantia um banco, Tanto que uma juíza determinou o leilão do imóvel para que esta empresa pague uma dívida.

Enquanto isso, um presidente da República golpista e um senador que disseminou todo este ódio que o país está vivendo porque não respeitou a democracia ao perder a eleição, os dois fazem circular malas de dinheiro pra lá e pra cá. Aparecem contas no exterior. Com provas! Eles sofrem alguma restrição a serem candidatos? Não. Mas o Lula sofre.

De toda essa história nós tiramos três conclusões. A primeira é que Lula é inocente, é vítima de uma perseguição política, e esta é a terceira fase do golpe. A segunda conclusão é que eles deram o golpe porque nós ganhamos quatro vezes seguidas e eleição presidencial e eles concluíram que, se com democracia eles não ganhavam, precisavam dar um golpe. A terceira conclusão é que nós vamos resistir, nós vamos ampliar a democracia. Nós vamos lutar, de forma pacífica, tranquila, respeitando opiniões diferentes. Mas nós vamos denunciar a violência, a truculência, o ódio, a intolerância, o preconceito.

Vamos resistir e vamos lutar. O nosso caminho é a democracia.

Brasil 247


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