Brasil: según el Ministerio Público, empresarios ya sabían que había riesgo de ruptura en el dique de Brumadinho

Minera Vale sabía del riesgo de ruptura en la represa brasileña de Brumadinho

Vale SA, la productora de mineral de hierro más grande del mundo, supo el año pasado que la represa en Brasil que colapsó en enero —un hecho que dejó al menos 165 muertos— tenía un mayor riesgo de ruptura, de acuerdo a un documento interno visto por Reuters el lunes.

El informe, fechado el 3 de octubre de 2018, muestra que Vale clasificó a la represa 1 en la mina Córrego do Feijão en Brumadinho como dos veces más propensa a fallar que el nivel máximo de riesgo tolerado por la propia política de seguridad de la compañía.

Vale no respondió de inmediato a una solicitud de comentarios.

El documento es la primera evidencia de que Vale estaba preocupada por la seguridad de la represa. Además, plantea preguntas sobre por qué una auditoría hecha casi al mismo tiempo garantizó la estabilidad de la represa y por qué la empresa no tomó precauciones.

La represa colapsó el 25 de enero, en la peor tragedia minera de Brasil y el segundo desastre que involucra a una represa de desechos de mineral de hierro en poco más de tres años en el país.

El informe identifica la licuefacción estática y la erosión interna como las causas más probables de una falla potencial.

Aún no se sabe la causa del colapso de la represa en Brumadinho, pero una autoridad ambiental del estado dijo a Reuters este mes que todas las evidencias apuntaban a la licuefacción.

La licuefacción es un proceso por el cual un material sólido como arena pierde fuerza y rigidez y se comporta más como un líquido. Fue la causa de otro colapso en 2015, que resultó en el peor desastre ambiental de Brasil.

El Economista


Barragens em Brumadinho e outras 8 em MG da Vale já estavam em zona de atenção desde o ano passado, diz MP

O Ministério Público de Minas Gerais afirmou que além da Barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que ruiu em 25 de janeiro, a barragem IV, também em Brumadinho, e outras oito barragens da Vale estão em zona de atenção (Alarp Zone) e a mineradora tinha conhecimento disso desde outubro do ano passado.

O MP afirmou ainda que a informação consta em documentos anexados a Ação Civil Pública proposta pelo órgão após o desastre da Vale em Brumadinho.

A ação do Ministério Público inclusive motivou a decisão da Justiça que proibiu na última semana a Vale de lançar rejeitos de minério em outras oito barragens no estado, entre elas a barragem de Laranjeiras, no Complexo de Brucutu, o maior de Minas Gerais.

As outras sete barragens são:

  • Menezes II, em Brumadinho;
  • Capitão do Mato, Dique B e Taquaras, em Nova Lima, na Região Metropolitana;
  • Forquilha I, Forquilha II e Forquilha III, em Ouro Preto, na Região Central.

Segundo o MP, “todas as barragens objeto da ação estão situadas em áreas próximas a núcleos urbanos, havendo pessoas residentes/transitando na zona de autossalvamento, ou seja, na região do vale a jusante da barragem a uma distância que corresponda a um tempo de chegada da onda de inundação (lama) igual a trinta minutos ou 10 km”.

O órgão afirmou que após o problema na semana passada na barragem Sul Superior, na mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas, vai tentar incluí-la na ação.

Na decisão liminar da Justiça constavam uma série de medidas que o Ministério Público considera que não foram atendidas pela Vale.

Em nota a Vale afirmou que “sua governança prevê autonomia e independência funcional para que seus especialistas locais, responsáveis pela gestão operacional direta da barragem, atuem de forma diligente e efetiva. Portanto, em identificando qualquer cenário de risco, seja ele iminente ou não, esses profissionais têm o dever de agir dentro dos procedimentos previstos no manual de operações da barragem e/ou no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), conforme o caso”.

A mineradora disse ainda que “não existe em nenhum relatório, laudo ou estudo conhecido qualquer menção a risco de colapso iminente da Barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. Pelo contrário, a barragem possuía todos os certificados de estabilidade e segurança, atestados por especialistas nacionais e internacionais”.

Disse ainda que a barragem de Brumadinho “estava dentro do limite de risco parametrizado de acordo com o conceito de ALARP (zona de atenção), mundialmente reconhecido”.

Globo


Defesa Civil quer concluir contagem de casas atingidas em Brumadinho

Na terceira semana após a tragédia do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), a Defesa Civil de Minas Gerais busca concluir o levantamento de quantas casas foram atingidas pelo acidente. O boletim mais recente mostra que, além dos 165 mortos e dos 155 desaparecidos, 138 pessoas estão desabrigadas.

Essas famílias foram acomodadas em hotéis e pousadas de Brumadinho e cidades vizinhas, incluindo Belo Horizonte. A mineradora assumiu a responsabilidade pelo custo com essas hospedagens.

Na lsita de desabrigados estão moradores das comunidades Vila Ferteco, Córrego do Feijão e Parque da Cachoeira. A Agência Brasil pediu informações sobre o número de casas que foram destruídas, mas foi informada que o dado ainda não existe. “A individualização das residências atingidas está em andamento”, informou a Defesa Civil.

De acordo com a prefeitura de Brumadinho, nem todos os desabrigados perderam suas casas. Há pessoas que foram acomodadas em hotéis e pousadas porque viviam na área que foi interditada após a tragédia ou por causa do mal cheiro provocado pela lama, entre outros motivos.

Pelos dados do município, cerca de 300 pessoas eram moradores do povoado de Córrego do Feijão. Nem todos precisaram deixar suas casas. Esse número inclui as pessoas que viviam na Vila Ferteco, que integra o povoado e é composta por poucas edificações.

Parque da Cachoeira, por sua vez, é um bairro de Brumadinho. No local, viviam aproximadamente 1,5 mil pessoas, segundo cálculos da prefeitura. O município informou que lá foi o local onde mais casas foram afetadas.

Vazamento

As causas do rompimento são investigadas em inquérito aberto pela Polícia Federal (PF). Houve oitivas e perícias no local do incidente. Em nota, a Polícia Federal informou que uma das linhas de apuração apontam para “a possibilidade de um acúmulo de água e saturação da barragem e para uma possível falha no sistema de drenagem como eventuais causas de saturação da barragem e de seu consequente rompimento”.

Há quatro dias, a Vale também anunciou a contratação de quatro peritos externos para avaliar as causas técnicas do rompimento.

A barragem que se rompeu tinha capacidade para 12 milhões de metros cúbicos. Segundo a Vale, ela não recebia rejeitos desde 2014. De acordo com informações que a mineradora repassou à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), cerca de 10 milhões de metros cúbicos vazaram após o rompimento. Outros 2 milhões de metros cúbicos se mantiveram no que restou do reservatório. Os dados revelam que a barragem estava no limite de sua capacidade.

Considerando as informações que a Vale encaminhou ao órgão ambiental, o volume da lama que vazou em Brumadinho é cerca de quatro vezes menor ao total estimado no rompimento da barragem da Samarco, ocorrido em novembro de 2015 no município de Mariana (MG). Na ocasião, 39 milhões de metros cúbicos se dissiparam pelo meio ambiente, causando 19 mortes e destruindo comunidades. Ficaram desabrigadas famílias dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu, em Mariana, e do distrito de Gesteira, na cidade de Barra Longa (MG).

Atraso

Na região de Mariana, após três anos do rompimento da barragem, os desabrigados aguardam solução sobre suas casas e vivem em imóveis alugados pela Fundação Renova, entidade criada conforme acordo firmado em maio de 2016 entre a Samarco, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governo de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Cabe à Fundação Renova, com recursos das três mineradoras, reparar todos os danos causadas pela tragédia, o que inclui também a reconstrução das comunidades.

A conclusão das obras de reconstrução das comunidades de Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira, que foram desvatadas na tragédia de Mariana era prevista originalmente para este ano. No entanto, o início dos trabalhos atrasaram e a entrega não vai ocorrer antes de agosto de 2020.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) chegou a ajuizar uma ação civil pública em que defende que as mineradoras devem indenizar os moradores pelos atrasos.

Agencia Brasil


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