Em São Paulo, o ato reuniu 40.300 manifestantes, o que representa um recuou de 70,2% em relação aos 135 mil manifestantes de agosto passado.
Em outras cidades, a queda foi ainda mais acentuada; em Brasília (7 mil manifestantes) e Curitiba (10 mil pessoas), por exemplo, o recuo foi de 72% e 84%, respectivamente.
No Rio de Janeiro, o volume de manifestantes em Copacabana caiu 95%.
Reação da sociedade organizada à tentativa de golpe capitaneada pelo PSDB e pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado por corrupção e lavagem de dinheiro, pesou nos números.
Já se manifestaram contra o golpe artistas, intelectuais, professores, reitores de universidades, juristas, 16 governadores e entidades como a UNE, a CUT, o MST e a OAB.
Sem povo nas ruas, o impeachment da presidente Dilma Rousseff tende a naufragar.
Neste domingo, a principal hashtag do Twitter foi #NaoVaiTerGolpe.
Brasil 24/7
Baixa adesão a protestos traz alívio ao governo, que evita comemorações
O Planalto respirou aliviado neste domingo, quando os primeiros balanços dos protestos contra a presidente Dilma Rousseff indicavam baixa presença de manifestantes nas ruas. Nas primeiras análises, a presidente e seus auxiliares mais próximos adotaram, no entanto, uma postura de cautela, segundo assessores do governo.
Embora fosse nítido que os organizadores dos protestos não conseguiram repetir o feito das manifestações de agosto, o palácio avaliou que este domingo não pode ser usado como termômetro para a situação de crise.
A assessoria do governo informou que a presidente permaneceu durante todo o domingo no Palácio da Alvorada, sem receber visitas. O esquema de segurança da Presidência não precisou de reforço. As vias de acesso à residência oficial tiveram um dia típico de domingo, com pouco trânsito e turistas em suas margens.
A poucos quilômetros dali, na Esplanada dos Ministérios, local de manifestações na capital, os organizadores do protesto conseguiram reunir apenas três mil pessoas, na estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal.
Nas análises repassadas à presidente por telefone, auxiliares do governo registraram que ela não foi poupada dos protestos, mas nenhuma outra figura foi cortejada pelos manifestantes. Também houve protestos contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que na semana ensaiou uma ruptura com o governo por meio de uma carta de queixas, e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Manifestantes pediram a saída dos dois.
Na tarde de ontem, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) trocaram impressões sobre os protestos. “As manifestações são normais em um regime democrático”, disse Edinho após a conversa.
“Tudo dentro da normalidade em um país democrático, que respeita a legalidade, que respeita as instituições, um Brasil que estamos construindo com muita dedicação democrática.” disse Edinho, após a conversa por telefone com Wagner.
O governo avalia que terá o período de final de ano para conseguir esfriar o clima de tensão política, com as festas de Natal e réveillon e o Carnaval. Pelo menos até março não estão previstas grandes manifestações. É o tempo que o Planalto considera fundamental para reavaliar estratégias políticas e ganhar força na opinião pública.
Para auxiliares da presidente, a tese do impeachment, emplacada pela oposição na última semana, não chegou à sociedade. Nessa análise, o governo ainda tem espaço para disputar a opinião pública.
A meta é intensificar, nas próximas semanas, iniciativas de “esclarecimento” à população de que essa tese é política e não jurídica. Ministros próximos da presidente defendem campanhas arriscadas, para ressaltar que fomentadores do impeachment, como Eduardo Cunha, estão atolados em denúncias de corrupção.
Diario do Grande ABC
Aécio falta de novo ao golpe que tenta promover
Assessoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG) informou que ele decidiu não participar dos protestos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff e foram marcados para o aniversário do AI-5, um dos dias mais trágicos da história do País, que selou o endurecimento da ditadura e o fim das liberdades civis; em Belo Horizonte, cerca de 350 pessoas foram às ruas, mas Aécio, que há mais de um ano tenta promover um golpe em parceria com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não deu as caras; senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), outro ausente, culpou o calendário; “É uma época, a meu juízo pessoal, um pouco adversa a esse tipo de manifestação porque estamos praticamente em período nataliano”, afirmou; outro aliado, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) exaltou protestos pelas redes sociais, mas a hashtag mais comentada do dia foi #NaoVaiTerGolpe
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) decidiu não participar dos protestos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff e foram marcados para este domingo, data do 47o. aniversário do Ato Institucional número 5, baixado pelos militares em 13 de dezembro de 1968. O AI-5 aboliu direitos civis, oficializou a censura e abriu espaço para um período de trevas na história brasileira.
Até agora, cerca de 350 pessoas participam dos protestos convocados pelo Movimento Brasil Livre e pelo Vem pra Rua, em Belo Horizonte.
Lideranças do PSDB, que decidiram apoiar explicitamente o golpe liderado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não escondem o fracasso.
O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), também ausente, culpou o calendário. “É uma época, a meu juízo pessoal, um pouco adversa a esse tipo de manifestação porque estamos praticamente em período nataliano”, afirmou.
Outro aecista, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) exaltou outro tipo de manifestação, pelas redes sociais. “Hoje tem uma série de forma de se manifestar”, disse ele, se referindo à opção das críticas via redes sociais. “É claro que a manifestação de rua é mais impactante, mas não é a única forma de manifestação.”
No entanto, a hashtag que atingiu o primeiro lugar no Twitter neste domingo foi #NaoVaiTerGolpe.
Brasil 24/7